quarta-feira, 27 de abril de 2011

Desigualdades sociais refletem no acesso aos meios de comunicação.


  
O surgimento dos provedores de Internet e sua forte ampliação, a crescente demanda e utilização dos serviços da rede colocam o Brasil como um dos mais importantes países usuários das novas tecnologias de informação nos últimos 20 anos. A afirmação é do IBGE, a partir de pesquisa realizada no final do ano passado, que mapeou o Brasil por regiões e municípios, no quesito Cultura e Meios de Comunicação. O crescimento observado é mais expressivo nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e nos municípios com mais de 500 mil habitantes, o que ratifica as desigualdades existentes no País – a internet continua restrita a uma faixa da população com mais poder aquisitivo. A concentração dos meios e a carência de conteúdos regionais aparecem evidenciados nos percentuais expostos pela pesquisa.


O Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério da Cultura, realizou a pesquisa Perfil dos Municípios Brasileiros no quesito Cultura e Meios de Comunicação. Os resultados do trabalho, realizado no segundo semestre de 2006, estão expostos no sistema de informações culturais do Brasil, do IBGE, a partir de um conjunto de informações sobre a diversidade cultural e territorial dos 5.564 municípios existentes no País. 



Especificamente quanto aos meios de comunicação, o surgimento e a forte ampliação dos provedores de Internet foram algumas das constatações mais importantes do Instituto. Em 1999, havia pelo menos um provedor da Internet em 16,4% dos municípios brasileiros. Este percentual aumentou 178% até 2006, quando atingiu 45,6% dos municípios. “O indicador é consoante com diversos outros divulgados sobre a expansão da rede no plano internacional e nacional e sobre o acesso individual, que apresenta uma progressão exponencial a partir da década de 1990”, revela a pesquisa.



Um detalhe curioso, segundo os levantamentos, é a estabilização recente do percentual de incidência dos provedores nos municípios (entre 2005 e 2006), sugerindo um patamar para a oferta do serviço. “Mas isso não significa uma diminuição do acesso à Internet. A crescente demanda e utilização dos serviços da rede colocam o Brasil como um dos mais importantes países usuários, contribuindo para a mudança que se opera com a introdução e disseminação das novas tecnologias de informação, nos últimos 20 anos”, mostra o IBGE.



Para James Görgen, coordenador de projetos do Instituto de Estudos e Pesquisa em Comunicação (Epcom), a explosão do número de provedores de acesso à internet é uma surpresa positiva, mesmo que isso não esteja ligado a uma efetiva inclusão digital dos domicílios. Mas o fato de existir possibilidade de acesso à rede mundial dos computadores em 48% dos municípios não melhora os índices gerais, que permanecem em apenas 14% de lares com conexão. “A internet no Brasil continua restrita a uma faixa abastada da população ou a espaços públicos mantidos por prefeituras ou micro-empresas, como os telecentros e as lan-houses”, considera.



O rádio no Brasil, segundo a pesquisa, continua constituindo um importante veículo de informação e cultura, com diferenças marcantes entre regiões e estados. A novidade é a existência das rádios comunitárias, encontradas, conforme a pesquisa, em 48,6% dos municípios brasileiros, superando as estações comerciais de rádio FM (34,3%) e AM (21,2%). “Por conta da introdução do quesito sobre existência de rádios comunitárias, o percentual das rádios FM teve um decréscimo em relação a 2005, pois a maior parte das rádios comunitárias está nesta freqüência”, revela o censo. Maranhão e Piauí são os estados onde ocorrem os mais altos percentuais dessas rádios.



“É surpreendente e saudável ver como as rádios comunitárias, apesar de toda a perseguição e a falta de apoio do Estado, ultrapassaram o número de rádios comerciais AM e FM. E este é um fenômeno que não tem dez anos, o que demonstra uma grande demanda do brasileiro pelo acesso a informações sobre a vida e o cotidiano da sua comunidade”, analisa Görgen.

O crescimento em números
Percentual de municípios brasileiros que possuem equipamentos culturais e meios de comunicação (%)
1999
2006
Crescimento (%)
TV aberta
98,3
95,2
(-) 3,2 = queda
Bibliotecas públicas
76,3
89,1
16,8
Rádio comunitária

48,6

Provedores de Internet
16,4
45,6
178,0
Jornal diário

36,8

Estações de rádio FM
33,9
34,3
1,2
Estações de rádio AM
20,2
21,2
5,0
Geradoras de TV
9,1
9,6
5,5
Revista impressa local

7,7

TV comunitária

2,3

TV a cabo
6,7


Fonte: IBGE, Pesquisa de Informações Básicas Municipais 1999/2006.


O Estado do Rio de Janeiro destaca-se com os maiores percentuais de incidência municipal para a impressão de jornal diário e impressão de revistas, além de percentuais significativos para rádios comunitárias, geradoras de imagem de televisão e mais de cinco canais de televisão aberta. 



São Paulo apresenta a maior proporção de municípios com mais de cinco canais de TV aberta, ao mesmo tempo em que se destaca em relação à existência de TV comunitária, impressão de jornal e de revistas. O Amapá tem a maior proporção de TV comunitária. No Amazonas, a maior proporção é a de geradora de imagens para televisão. Roraima apresenta o mais alto percentual de inexistência de canais de TV aberta. 

Canais de TV aberta captados no município em 2006
Mais de cinco
19,2
Cinco
11,1
Quatro
17,5
Três
19,5
Dois
17,1
Um
10,8
Fonte: IBGE/2006


Outros destaques em incidência de meios de comunicação apurados pelo IBGE, por estado: Acre (TV comunitária, impressão de jornal e impressão de revistas); Amazonas (geradoras de TV e impressão de revistas); Amapá (rádio comunitária, geradora de TV e impressão de jornal); Ceará (rádio comunitária e centros culturais); Espírito Santo (geradora de TV), Mato Grosso do Sul (rádio comunitária e impressão de jornal); Rio Grande do Sul (impressão de jornal e revistas); Minas Gerais (mais de cinco canais de TV aberta); Pará e Mato Grosso (geradora de TV); Maranhão (TV comunitária); Pernambuco (rádio comunitária).



As Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentam índices acima da média nacional, enquanto o Nordeste e Norte, abaixo. Quanto ao porte populacional dos municípios, aqueles com até 5 mil habitantes apresentam um índice reduzido em relação àqueles com mais de 500 mil habitantes. “Assim, inequivocamente, o índice de equipamentos culturais e meios de comunicação refletem o tradicional processo das desigualdades espaciais existentes no País”, conclui o IBGE.



TV com conteúdo centralizado supera outros meios

O meio de comunicação que mais se destaca ainda é a TV aberta, o principal veículo condutor de conteúdos culturais, em um país ainda marcado pelos reduzidos níveis de escolaridade. É encontrado em pelo menos 95,2% dos municípios brasileiros que têm a recepção de pelo menos um canal de TV aberta, embora com pequena retração em relação a 1999 (-3,2%). As recentes mudanças tecnológicas associadas aos conteúdos audiovisuais em curso (TV digital, TV pública) provavelmente terão um impacto em outros indicadores apresentados pela pesquisa, como o aumento percentual de municípios que têm emissoras geradoras de imagens de TV (9,6%) e TVs comunitárias (2,3%).



Görgen pondera que a vasta maioria dos municípios brasileiros está subordinada a um regime de informação televisivo de mão única. Ele considera um dado alarmante saber que em 90% das cidades do país a população não se vê na televisão, pois está submetida a uma programação gerada no eixo Rio-São Paulo ou, no máximo, na capital do estado. “Apesar de previsto na Constituição, o conteúdo regional e local não tem vez. Tão grave quanto isso é constatar que em quase 50% destes rincões, chegam apenas de um a três canais das grandes redes nacionais”, destaca o coordenador, lembrando que nada ilustra melhor a falta de democracia nas comunicações que a concentração dos mercados.


IV TEMA INTEGRADOR-EU TENHO ACESSO AOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO?


Tema Integrador: EU TENHO ACESSO AOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO?   
Período:  25/04 a 06/05/2011       Núcleo:10 e 11
Iniciamos ontem estudos com o Tema Integrador da Unidade Formativa IV, com o objetivo de que os alunos compreendam a comunicação como processo de interação humana que faz parte de qualquer ação coletiva, comunitária ou social. Onde serão realizado atividades voltadas para o acesso a comunicação como: confecção de histórias em quadrinhos,  slide ERADIGITAL, música Televisão com confecção de cartazes e ainda farão leitura de textos sobre o acesso ao meio de comunicação finalizando com produção de sínteses.


EXAME AVALIAÇÃO DA NACIONAL-PROJOVEM URBANO.


         No dia 05 de maio, o ProJovem Urbano vai realizar o segundo exame nacional externo (ENEC II). O exame acontecerá às 19h e será aplicado pela Universidade Federal do Acre (UFAC), que é a responsável pela realização dos exames no Acre. Trata-se de uma avaliação cuja participação dos alunos do ProJovem é essencial, já que o objetivo é mensurar a aprendizagem e apontar eventual necessidade de melhoria nas atividades pedagógicas do programa.

É indispensável a presença de todos os alunos, que devem levar aos locais de prova RG (ou documento com foto) e caneta. O exame acontecerá nas seguintes escolas: Escola Rosaura Mourão da Rocha e Escola Plácido de Castro.